5 passos para criar uma visualização de dados de alto impacto

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Seta

É senso comum hoje que qualquer proposição relevante deve estar embasada em dados. Não basta uma boa ideia ou um pressentimento forte, é preciso apresentar dados que suportem o que está sendo proposto. Entretanto, isso não significa que quaisquer dados exibidos de qualquer forma terá o efeito desejado. 

As visualizações são a melhor forma de exibir estes dados, pois ativam partes diferentes do cérebro. Enquanto uma planilha com vários números tende a gerar pouco impacto, um gráfico de linha ou um painel com comparações entre gráficos de barras, tende a capturar a atenção da audiência rapidamente e convencê-la do que está sendo apresentado ali.

Para criar visualizações de dados de alto impacto, vale a pena seguir estes 5 passos:

1 – Defina qual a mensagem a ser passada (key message) 

Quanto mais específica for esta mensagem, melhor. É natural que desejemos divagar sobre o que estamos propondo, mas isso deixa a apresentação confusa para o público. Por isso, antes de montar a visualização, tenha clareza de qual mensagem deve ser passada para o (e compreendida pelo) público. Pense assim: “se apenas uma coisa ficar na cabeça da minha audiência, o que eu quero que fique?”. Esta é sua mensagem-chave.

2 – Destaque a informação “uau” 

Qualquer visualização tem nela a parte “uau”, que traz o grande insight a ser passado ali. É fundamental destacar esta área do gráfico, a tendência que você quer salientar ou qualquer que seja o “uau” da sua visualização. Você pode fazer isso usando setas, sombras, linhas de tendências etc. Além de salientar a parte mais importante da sua visualização, estes elementos trazem outros ganhos, que veremos no item seguinte.

3 – Use elementos pré-atentivos 

O maior desafio numa apresentação hoje é cativar e manter a atenção das pessoas. Elementos pre-atentivos ajudam nisso pois são, literalmente, componentes que passam uma mensagem antes de terem a plena atenção do público, e isso ajuda a fisgar esta atenção. Contraste de cores e uso de uma forma não-padrão são os mais comumente usados. Por exemplo, ao apresentar um número numa cor que destaque e se diferencie dos outros, você chama a atenção para ele. Uma legenda logo abaixo pode finalizar o trabalho de passar a key message.

4 – Use palavras de conhecimento comum do seu público 

Os marcadores da visualização (as métricas dos eixos X e Y de um gráfico, por exemplo) não devem gerar estranhamento junto a seu público. Por exemplo, uma vez vi uma apresentação superinteressante sobre venda de refrigerantes num mercado específico, que trazia o volume de vendas por canal, e um dos canais era HORECA. Eu não sabia o que era HORECA e isso travou minha leitura e parei de ouvir o apresentador. Depois uma das pessoas presentes na reunião perguntou o que significava HORECA, e várias outras endossaram a questão. HORECA se refere a HOteis, REstaurantes e CAfés. Depois de explicar o significado, o apresentador teve de repetir a análise feita, pois todos tinham se perdido ao se depararem com um termo desconhecido. Sempre use termos conhecidos do seu público.

5 – Saiba qual ação ou sentimento deseja despertar 

Uma visualização de dados é uma ferramenta para gerar impacto. Para ser efetiva, você precisa definir qual o efeito que deseja que ela cause. Se deseja que as pessoas fiquem estimuladas a bater uma meta, além de montar uma visualização que passe essa mensagem (estamos próximos da meta, vamos lá!), inclua um comando neste sentido. Pode ser uma palavra (CTA) na visualização, um texto explicativo ao lado, uma fala feita na apresentação… enfim, ao fazer a visualização defina o que você deseja que a sua audiência faça ou sinta após vê-la. Então, coloque o elemento que vai garantir que essa ação ou sensação seja estimulada.

O senso comum sobre análise de dados dá protagonismo aos dados, como se sua mera existência ou exibição gerasse efeito. Os dados são matéria prima para análises que cheguem a insights relevantes, que, então, precisam ser compartilhadas com pessoas chave para leva-las às ações necessárias. A visualização de dados é um método bastante efetivo, mas não é plug and play: ela gerará tanto mais impacto quanto mais estrategicamente você usá-la.